terça-feira, 27 de setembro de 2011

Sobre amizade.

Sempre achei (e continuo a achar) que uma relação de amor não pode nem nunca vai substituir uma relação de amizade. Sempre achei (e continuo a achar) que a grande maioria das pessoas que nós amamos não vão ficar para sempre na nossa vida. E quando o amor se vai, é a amizade que fica. É a amizade que nos leva a comer gelados para nos distrair, a amizade a quem ligamos, sem como nem porquê, para gritar e chorar um bocadinho. É amizade que nos bate à porta e se senta ao nosso lado. E é também, muitas vezes, a amizade que fica ali quando tudo o resto corre mal. E isso é a melhor coisa do mundo. Duvido tanto das pessoas que não têm amigos como das pessoas que têm montes deles. Eu não tenho muitos. Tenho aqueles que entraram na minha vida e, de alguma forma, ficaram. Tenho aqueles que achei que valia a pena ter. Não porque partilham grandes noitadas comigo, não porque vestimos as mesmas coisas e muito menos porque somos iguaizinhos. Não! São amigos que partilham comigo o essencial: o coração, os ideais. São pessoas em quem sei que posso confiar. Pessoas de quem gosto genuinamente. Defeitos incluidos. E são também pessoas que me conhecem no meu melhor (que é mesmo muito bom) e no meu pior (que é mesmo do mais mau que existe!). E são as nossas conversas intermináveis, são os grupos de música que vamos conhecendo uns com os outros, são os nossos jantares, são as nossas cumplicidades, são os "tu vais vestir isso? é horrivel!", são os nossos sorrisos, é a preocupação que nos une e a nossa capacidade de amar-mos muito essas pessoas. Sim porque a amizade também é uma forma de amor (pelo menos, para mim). E eu digo-vos uma coisa. Nem sempre tive estes amigos. Alguns sim, desde sempre. Desde os tempos do infantário. Outros, não. Outros nasceram mais tarde entre apontamentos e testes de faculdade. Mas ficaram mas vão ficar. A vida também já me deu uma boa dose de pontapés, de desilusões, de pessoas que afinal não eram assim como diziam ser, falavam e agiam de formas tão diferentes que era quase assustador, pessoas que não me magoaram mas que se limitaram a afastar-se, ou eu delas, porque a vida assim o exigiu. Não sei. Sei que tenho poucos mas verdadeiramente bons amigos. E sei que nada na vida pode substitui-los. Sei mesmo!

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