sexta-feira, 28 de outubro de 2011


Cresci à acreditar em princesas, fadas, anões, principes encantados em cavalos brancos. Cresci à acreditar em dragões, em castelos, em cavaleiros maus. E à medida que fui crescendo, fui-me apercebendo que nada daquilo em que eu acreditava, de facto, existia. O mundo foi-me dizendo que não. Foi-me dizendo que as princesas não existem. Que os anões não vivem nas árvores e que eu não posso tocar nas fadas quando, pela manhã, sinto as gotas de orvalho frias nos meus pés descalços. Mas eu continuo a acreditar que não seria a mesma - não teria os mesmos sonhos e as mesmas utopias, não seria a criança feliz que (ainda) sou, não tocaria nas pequenas coisas com o mesmo cuidado - se não tivesse continuado a acreditar que o bem pode sempre vencer o mal, que os finais são sempre bons e felizes, que se não são, é porque a história ainda não acabou. Não teria a mesma força e o mesmo olhar se, para mim, os pequenos filmes que vi, não representassem, ainda hoje, as maiores e as melhores lições de vida que aprendi. E talvez falte um pouco disto às crianças e aos jovens de hoje em dia. Talvez lhes falte a capacidade de, mesmo à revelia do mundo, acreditarem em princesas e principes encantados. 

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